quinta-feira, 10 de abril de 2008

A primeira denúncia contra a gestão de Andrés Sanchez

A primeira denúncia contra a gestão de Andrés Sanchez, eleito presidente do Corinthians em outubro do ano passado, tem como alvo as categorias de base do clube e o ex-diretor técnico Cilinho.

De acordo com a acusação do empresário Osmar Rodrigues, conhecido como Tibúrcio, Cilinho incitava garotos da base e seus pais a assinarem contrato com determinados empresários sob a ameaça de serem mandados embora.

Para isso, utilizava uma pessoa que se identificava apenas como Juarez, diretor do Corinthians.

Coincidência ou não, a demissão de Cilinho foi anunciada na quarta-feira, em nota no site do clube.

– Se ficasse só na ameaça, tudo bem. O problema é que Cilinho cumpriu o que disse e mandou embora mais de 20 garotos que já haviam sido aprovados pelo (técnico do Sub-20 Adaílton) Ladeira. Um dos pais dos garotos me procurou revoltado e eu disse que ia denunciar todo mundo – afirma Rodrigues, parte interessada no caso por ter levado alguns dos garotos para fazer testes no CT de Itaquera.

Nem ele nem ninguém no Corinthians diz saber quem é Juarez.

Rodrigues afirma que fez a acusação diretamente para o presidente Andrés Sanchez, na semana passada, na sede do clube. E recebeu o pedido do dirigente de resgatar todos que foram mandados embora.

Andrés confirma que se reuniu com Rodrigues e com um dos garotos, o zagueiro Bruno, de 19 anos, mas nega que a denúncia motivou a demissão de Cilinho.

– Ouvi a denúncia, mas ficou a palavra de um contra a do outro. A saída de Cilinho nada tem a ver com isso. Ele saiu porque queria investimentos na base, mas o clube não tem dinheiro para isso – disse Andrés, por meio da assessoria.


Miguel Marques e Silva, diretor geral da base, diz que desconhece o caso.

Ainda segundo Rodrigues, o ex-supervisor Hugo D’Elia, que trabalhava no clube havia mais de cinco anos, pediu demissão porque se sentiu envergonhado com o caso.

– Sempre fui transparente, mas prefiro não comentar sobre o Corinthians e sobre essa história – disse D’Elia, em uma das tentativas da reportagem em falar com ele.

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